quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Hoje tem Arremedo nas Dionisíacas Universitárias!

Uma apresentação as 20h e outra as 21h, no corredor do segundo andar da UNIRIO!



para mais informações sobre a programação: http://dionisiacasuniversitarias.blogspot.com/

terça-feira, 28 de junho de 2011

da experiência espectadora

domingo, 26 de junho de 2011
"Rampa
Era um salão de luz marrom, a cor do conforto. Os corpos sentavam-se randômicos, como se um trovão houvesse aplacado o tabuleiro de xadrez. Ali ninguém era mais rei nem dama nem bispo, eram apenas manequins de Hamburgo, tão estaticamente sensuais, tão esteticamente sensuais. Mas havia dois que perambulavam, o bonito Peter Pan e sua bonita comaparsa, por certo minha irmã quando vivi na Sicília em 1534. Havia também um piano, meu ninho, quietinho, sem dar chilique como de costume. Havia muitos cigarros, do cheiro que eu exalo depois do banho. Peter e Siciliana eram capazes de falar e ouvir, mas não conversavam. Eles perambulavam pelo salão e às vezes esbarravam na fronteira do meu tornozelo. Eu deveria sentir-me quente - quem não sabe a quentura de um raspão? -, mas abaixava a cabeça. Medo?

Peter e Siciliana tão bonitos, Peter vestido de risada, Siciliana travestida de senhor. Esbarravam no meu ombro perfeitamente, sem a mínima ventania, sem o mínimo tornado, talvez sem nem esbarrar, e por isso perfeitamente. Eles falavam rápido sem conversar enquanto os corpos permaneciam em silêncio, uma cena de terror. As palavras se chocavam, os alemães e seus canhões. Eles iam me capturar a qualquer momento. Meus olhos tombavam ao chão. Tive três (3) vontades: derreter, transar e entender a batida da minha respiração. Mas metrônomo não havia, como não havia entendimento.

Quando o sinal abriu, os corpos finalmente marcharam em palmas de veludo. Eles, que já deviam estar tão despertos. O silêncio está sempre desperto. E quanto a mim, estava acordado, o tempo todo, em três acordes."

texto de Magaldi sobre o último dia de Arremedo na Rampa, lugar de criação. Dia em que ele estava lá.

http://vidaacordando.blogspot.com/2011/06/rampa.html

terça-feira, 14 de junho de 2011

Estela Rosa fala sobre Arremedo

"solidão discreta e sensível

o espetáculo se concentra na solidão que a maioria de nós, jovens, vivemos: a solidão no meio de tantas possibilidades de distração. saber tanto de tudo e ao mesmo tempo não saber nada e se sentir completamente só junto a esses fragmentos do dia-a-dia. a equipe é incrível, o cenário sublime. os atores refletem em cena exatamente a inquietação do texto de Lourenço Mutarelli. vale muito a pena assistir. a peça está de parabéns"

Curtíssima temporada - junho de 2011!!!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

não é mais

“...a fotografia mantém, com a realidade de que teve origem, uma relação que é menos da ordem do signo do que do índice (no sentido de Charles Sanders Peirce, isto é, no sentido em que o índice resulta de uma relação natural com seu referente). Em particular, para esses teóricos uma fotografia é índice também no plano temporal: em uma foto o tempo está incluído, encerrado, a foto embalsama o passado “como moscas no âmbar” (Peter Wollen), “continua eternamente a nos apontar (com o indicador) o que foi e não é mais” (Christian Metz)” - Jacques Aumont

Presente do Renan




artista: Nick Gentry