segunda-feira, 27 de setembro de 2010

os "seres" de Pina Bausch

http://www.youtube.com/results?search_query=Die+Klage+der+Kaiserin&aq=f

sobre um, dois e alguns mais

"Um espaço é "público" à medida que permite o acesso de homens e mulheres sem que precisem ser previamente selecionados. Nenhum passe é exigido, e não se registram entradas e saídas. Por isso, a presença num espaço público é anônima, e os que nele se encontram são estranhos uns aos outros, assim como são desconhecidos para os empregados da manutenção. Os espaços públicos são os lugares nos quais os estrangeiros se encontram. De certa forma eles condensam - e, por assim dizer, encerram - traços distintos da vida urbana. É nos locais públicos que a vida urbana e tudo aquilo que a distingue das outras formas de convivência humana atingem sua mais completa expressão, com alegrias, dores, esperanças e pressentimentos que lhe são característicos."

Confiança e medo na cidade
Zygmunt Bauman

sobre dois

"Não existe risco sem pelo menos uma forma residual de medo de sofrer algum dano ou derrota; por outro lado, quem não arrisca não petisca. Por isso, as situações muito arriscadas não poderiam deixar de ser perseguidas como radicalmente ambíguas e de provocar, vez por outra, reações e comportamentos ambivalentes. As situações de risco tendem a atrair e ao mesmo tempo repelir, e o momento em que uma determinada reação se transforma em seu oposto é bastante inconstante e impalpável: é praticamente impossível identificá-la e, mais ainda, fixá-la."

Confiança e medo na cidade
Zygmunt Bauman

Trajetórias



O Bê é vermelho e eu sou azul. Eu me desloco em relação à ele, sempre. Ele se move, eu me movo. Meu objetivo é não desviar. A exclamação é referente ao momento em que eu perco o controle do jogo e fico colada nele, sendo obrigada a fazer o desvio. Melhor, sendo obrigada a deixá lo esbarrar em mim.
Preciso de mais obstáculos.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

saímos

pensar na cidade como mote fundamental para a criação:

sua memória, arquitetura, fluxos afetivos que se relacionam com essa arquitetura

pensar nos fluxos dos trajetos traçados e como problematizá-los, rompe-los. pensar em rompimentos do tráfego, rupturas.

o que deve ser desenvolvido e justamente os mecanismos de produzir essas rupturas e de como registrá-las.

lembrem-se dos exemplos dados, são só algumas poucas possibilidades.

pensar na metrópole como um espaço de contradições:

o caos e as interferências x a necessidade de sublimação.


(Be)se não sublimar-mos ficamos estagnados e perplexos pelo medo?

o espaço público está povoado de vigilância. Estamos sendo o tempo inteiro vigiados, não só nas ruas apenas, mas também pelos sistemas de "televigilância", mesmo assim vislumbramos nas nossas trajetórias diárias espaços individuais.

público x privado?

como é possível?


problematizar mais essas contradições.



criem seus mecanismos, pensem em tranferí-los para a cena.


como.

e trazer a trajetória do espaço urbano para o espaço cênico - vamos falar um pouco mais sobre isso.

...
espero vocês dia 17.

Temos a Vianinha por hoje.
Ensaio de arrebatamento desmarcado. A Bel lembrou.
Reservar o projetor, remarcar com todos. Conferir se todos estão prontos, bater um papo com o Capello. Ver o que precisa para que quase tudo fique nos conformes.

Chegamos. Café, espera.

Preciso sair da sala para que todos se organizem e vejam pela primeira vez o trabalho que fizeram retrabalhado.
Um pede, um sai, um escreve, um edita, um faz charme. Todos pensam, todos fazem. Todos falam.

A Bel estava agitada. Ela anda agitada. Ela anda linda e as vezes acha que não. Lá estava ela, com um rascunho para o espaço que teremos em dezembro. Ruiva, andando pelas ruas do rio de Janeiro. Entregue aos fluxos, as pessoas, ao movimento. Atenta sem prever muito que virá depois.
Ela se permitia o desabafo sem saber bem como reagiríamos, até onde estaríamos com ela. Mas era tão bonita e sincera que ali ficamos, ficaríamos por muitas horas se preciso fosse. Eram muitas palavras, ruídos, movimentos, tudo ali, presentificado naquele espaço.

O Be chamou uma galera. Sozinho sem dúvida é mais difícil. E já é tão difícil, as vezes é bom o alguma espécie de conforto, de pulsão extra. Isso pode e deve nos permitir mais presenças, atravessamentos.
E lá estava ele, completamente atravessado, dilacerado. SE víssemos apenas o processo não acreditaríamos que ele estava morrendo.
Mas estava e talvez nunca tenhamos tido um olhar sobre a pulsão de vida como tivemos naquele momento.
Seu fracasso era nosso também. Suas dores, Seus amores. Tudo ali, naquele corpo que ía ao meu encontro. Nas mãos cheias de medo.
No terror.

Estamos todos aterrorizados e ficamos falando sobre o sublime, tentando dar algum sentido para nossos corpos, para nossas ações.
Choro com vocês aqui, nesse momento. Estou e quero estar junto, colado, sempre e cada vez mais que o medo se aproxima, renovando meu olhar e nos fazendo mais presentes.

Vamos nós, 2, 3, 4, 5...quantos for. Estarei contigo.

e espero.
seguimos.

dificilmente você vai acreditar que aquelas pessoas morriam de fato





parte de material produzido por Bernardo em resposta a um pedido.

embalos

Sobre os olhos de Bernardo

“E de repente estou me lembrando do massacre de Columbine, sobretudo da cena da cafeteria, com as pessoas rastejando ao redor das mesas redondas e um dos garotos assassinos envolto num halo luminoso para que pudéssemos localizá-lo nos telejornais (era só um menino com a aba do boné para trás). Num certo instante, há um explosão, seguida de um cara que se projeta para frente numa espécie de movimento demorado de ginástica olímpica e, justamente por causa dessa lentidão e do silencio total, é bem difícil perceber algum tipo de desespero no gesto e então ficar comovido. Da ate para dizer que há beleza naquilo. Sim, exatamente. Se você tirar os gritos, os tiros, as coisas se quebrando, e se você deixar todo mundo mais lento, dando a impressão de que todos os movimentos estão encadeados numa perfeita sincronia, dificilmente você vai acreditar que aquelas pessoas morriam de fato.”
Sinuca embaixo d'água, de Carol Bensimon

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

dia 09 de setembro

maço de cigarro compartilhado. Noção de encadeamento. "Imagens cíclicas, projetadas de forma randômica". 43 imagens, o maior barulho do mundo. Silêncio vibração do espetáculo. O andamnento da composição do Bernardo. Ela tá cansada. Apoio. Variações constantes de humor. Excelente. Seguimos.

tentativa de dizer algo



Ciência da Computação

Na década dos anos 2000, pesquisas em ciência da computação, engenharia, psicologia e neurociência estão pesquisando sobre o reconhecimento da Afeição/Afetividade humana através de modelos da emoção humana[18]. Na ciência da computação, Computação Afetiva é um ramo de estudo e desenvolvimento da Inteligência Artificial que investiga:[19]
  • Como desenvolver sistemas e dispositivos que podem reconhecer, interpretar e processar emoções humanas;
  • Como causar comportamento verossímil emocional artificialmente (Bates).
  • Como usar modelos de emoção para desenvolver algoritmos para tomada de decisão em agentes artificiais.
O marco inicial para a fundamentação desta área de pesquisa pode ser dado pela publicação do artigo 'Affective Computing' de Rosalind Picard em 1995.[20] [21][22]

"Don't Sleep!"

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

as mãos

3 ensaios (início de setembro/ início nosso)

situação de risco. Be dança balé, Bel entra em colapso. saltam. É preciso se ter um caos interior para poder dar a luz a uma estrela bailarina, ou algo do tipo, disse Nietzsche. Uma saída. Não, duas, uma pra cada um. Separadamente. Se chocar com as contradições, dificuldades. Registrar. Bernardo fala sobre os fluxos. Os mapas da cidade. Reescrevo. reencontro. Crise. Oi? É engraçado como as coisas vão surgindo e os sentidos vão se criando dia após dia. Temos algumas dificuldades. As mãozinhas e dedinhos do Be e da Bel. Espaços, buracos. Be se esforça para carregar Bel. Bel tentando e desistindo. Bel leva Be pra dançar colocando os pés dele em cima dos dela. Fica entre nós. Choro. Um de frente para o outro - "desculpa, eu estava distraído". Conversinha murmurada - "desculpe ser tão previsível". Be se espelha na Bel. Bel se espelha no Be. sinto falta de mais risco. É o excesso de informação que faz com que não se possa assimilar nada de fato. Perseguição dos dedinhos. Tenho medo de mim mesmo. Pique pega do braço que vai além. E não pega. Quando na verdade poderia muito bem ter pegado. Qualquer coisa.

sobre passarelas, transeuntes e patas de elefante

ela me perseguiu. ou será que sou eu, que agora me deixo afetar?
já é a terceira vez que venho aqui tentar descrever o que me passou na última segunda, mas pelo que vejo terei que deixar murmurar em corpo apenas, memórias de uma longa caminhada.