segunda-feira, 18 de outubro de 2010

o que se vê, o que é visto

"O corpo situado no tempo e no espaço, o "corpo próprio" de cada um, é arrebatado para ser produzido por um complexo dispositivo de arte em que o discurso ganha importância. O corpo não é mais o mesmo: ele é auterado, é sempre outro. As palavras não se acrescentam a essa experiência de alteridade; elas se envolvem, dela fazem parte, para lançar o pensamento mais além; por fim, entre sensação e conceito. O exame das características sensórias da obra a que o corpo se expõe não basta. É preciso reconsiderar a idéia: ganha relevo então a palavra que integra a obra, para de seu interior criar um distanciamento. Dá-se ao discurso, ao texto e mesmo à palavra isolada um lugar na experiência das artes ditas visuais."

Rogério Luz

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