sábado, 2 de outubro de 2010

silêncio

"Consideremos o fato de que o dizer é aberto. É só por ilusão que se pensa poder dar a "palavra final". O dizer também não tem começo verificável: o sentido está(sempre) em curso.(...)é que o silêncio é fundante(não há sentido sem silêncio) e esta incompletude é função do fato de que a linguagem é categorização dos sentidos do silêncio, modo de procurar domesticá-los. O silêncio é sentido contínuo, indistinto,horizonte possível da significação. A linguagem, mesmo em sua vocação à unicidade, à discrição, ao completo, não tem como suturar o possível, porque não tem como não trabalhar (com) o silêncio. Isto justamente porque a linguagem é estrutura e acontecimento, tendo assim de existir na relação necessária com a história (e com o equívoco)"

Eni P. Orlandi

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